Patagônia - Argentina - parte 2

Día 11, 12 e 13 - El Chalten

 Acordamos cedinho para pegar o ônibus para El Calafate, não existe rodoviária em Puerto Natales então tivemos que ir direto na empresa, que era próximo de onde estávamos. O dia seria longo pois a idéia era assim que chegar na rodoviária de El Calafate já pegar o ônibus para El Chaltén (eles só saem bem cedo ou no fim da tarde), caso a gente perdesse ele, somente no dia seguinte... São 280km de asfalto mas a viagem dura quase 5 horas pois param no caminho (pelo menos para gente demorou!), o ônibus não era dos mais confortáveis, mas pelo menos era seguro. A vista durante a viagem no inicio é bonita, dá para ver as montanhas do parque nacional Torres del Paine ao fundo, depois fica monótono... pois se afasta da cordilheira e não tem nada, só os pampas... aproveitamos pra tirar uma soneca... 
Chegamos por volta de 14:00 e já fomos direto comprar as passagens para El Chaltén... conseguimos!! estava garantida nossa chegada lá!! o ônibus saia no final da tarde, então tivemos que esperar um pouco, a rodoviária ficava no topo de uma colina... então pra ir na cidade tinha que descer, a vantagem é que era bem perto, revezamos e um ficou cuidando das mochilas enquanto o outro dava uma volta
Pegamos o ônibus e eram mais 215 km e 3 horas de viagem, saímos as 18:30 então quando chegamos já estava anoitecendo, já tinha um escolhido um albergue e começamos a andar pela cidade procurando ele, demoramos um pouco mas achamos ele (a cidade naquela época 2006 era meio fantasma... não tinha muita coisa ou pessoas na rua...)


No segundo amanheceu um dia maravilhoso, saímos bem cedinho para fazer a trilha até o Cerro Fitz Roy e retorno pelo Cerro Torre no total deveria ser o dia todo caminhando, levamos comida e água, também já deixamos reservado para o dia seguinte o trekking sobre o Glaciar Viedma

O percurso total daria uns 12km, fomos no sentido da "Laguna de los Tres" no começo era uma subida até que fácil pois a trilha era larga e pouco inclinada até chegar a um platô, a partir desse ponto a trilha fica linda pois você já consegue ver o Fritz Roy ao fundo vamos seguindo um rio até chegar na primeira parada que era o mirador do Fitz Roy (onde tirei a foto do início do post) de lá você tem uma visão geral de toda a área. Continuamos na trilha até chegar na base da montanha, lá você tem 2 opções: subir até a Laguna de los Tres ou seguir por baixo até uma outra lagoa, lógico que a gente decidiu subir!! a subida foi muito difícil! Muitas pedras soltas, escorregávamos muito, cansativo demais, demoramos um bom tempo para chegar na lagoa e ela estava congelada, mas a vista era espetacular, o Fritz Roy parecia tão próximo mas na verdade ainda estava bem longe.... Até queríamos ficar um pouco mais por lá, mas de repente o tempo virou e começou a nevar! um neve bem fina, mas decidimos descer pois se piorasse ia ficar complicado de voltar (lembre-se você deve sempre estar preparado para voltar assim que note que o tempo muda, pois por lá ele muda muito rápido e se você bobear pode ficar numa situação nada prazerosa...) 
depois que descemos vimos que as nuvens ficaram concentradas na montanha (ela parecia um imã de nuvens, todas ficaram em volta dos picos...), então pegamos a bifurcação da trilha sentido Cerro Torre essa foi a parte mais chata da trilha pois a mata era fechada e não conseguíamos ver muita coisa, passamos por umas lagoas bonitas mas nada de mais. Depois de andar umas 2 horas chegamos na bifurcação para um lado Cerro Torre e para o outro o retorno, olhando ao fundo, vimos que o tempo estava todo fechado e não dava para ver nada!! Para chegar até o mirante ainda teríamos que andar mais ou menos 1 hora, mas pelo jeito não íamos ver nada, esperamos um pouco para ver se melhorava e nada... não dava mais para esperar e decidimos voltar.
Nesse ponto eu já estava morto, na verdade a subida com as pedras soltas para a lagoa acabou comigo, eu estava me arrastando na trilha e ainda faltava 1 hora para a cidade, a volta vamos beirando um cânion pequeno com vegetação baixa de arbustos e bem seca.. e de repente algo se mexeu nos arbustos ao nosso lado, parecia algo grande!! e na região existem pumas!! ficamos meio tensos e meu amigo queria ir rápido mais eu não conseguia! pegamos umas pedras e seguimos andando, falei que ele não precisava se preocupar, porque se fosse mesmo um puma e se ele nos atacasse ele com certeza ia correr mais que eu! e ele ia conseguir fugir! hahahahaha :-) mas no final nada apareceu e depois de 1 hora estávamos na cidade. Eu estava morto....

 Ultimo dia em Chaltén fomos fazer o Ice trek com a Empresa Patagonia Aventura (http://www.patagonia-aventura.com) dura 6 horas e saímos pela manha, pegamos uma van e depois um barco até a lateral do Glacial, onde subimos pelas pedras até chegar ao ponto de entrada no gelo, nesse ponto colocamos os grampos nos pés presos nas botas (melhor estar com botas e calças mais justas, a minha calça era meio solta e acabei rasgando com os grampos) Vamos seguindo o guia andando sobre o gelo, a sensação ao mesmo tempo que é de medo que o gelo quebre também é de paz, pois a vista de cima dele para o lago é linda e também as formações de gelo são espetaculares! ficamos bastante tempo no gelo, a única coisa que não achei muito legal é que não podíamos entrar em tuneis ou em buracos, era um caminho muito controlado e acabava meio repetitivo depois de um tempo, ficamos umas 2 horas no gelo, voltamos para o barco e depois nos deixaram em El Chaltén. Chegando lá pegamos nossas coisas e o ônibus para El Calafate, outras 3 horas....

Em El Calafate já sabíamos mais ou menos onde estavam os albergues pois vimos enquanto esperávamos o ônibus antes... descemos e começamos a olhar alguns e pesquisar preços, até achar um ótimo! Hostel de las manos, era novinho parecia que tinha acabado de abrir. Fomos a uma agencia de passeios e fechamos o passeios de barco com a empresa Upsala Connection para o dia seguinte, escolhemos esse pelo barco ser menor (menos gente pra lutar com você pelo espaço de tirar fotos e na hora de subir e descer) era meio caro comparado com o que já tínhamos feito até agora, mas queríamos navegar pelos Glaciares e ver eles de perto, não vou falar de preços pois foi em 2006! Então pode ter mudado bastante...
A cidade de El Calafate é bem legal, é bonita e tem muitas opções para comer e bares, pubs, fora que milhares de empresas oferecendo os passeios de barco para os glaciares e para Perito Moreno... Realmente gostei da cidade ela é bem turística e tem um clima muito legal, é super seguro andávamos prá lá e pra cá de noite e nada... e mais ela é pequena, então tudo esta próximo.


Día 14 e 15  - El Calafate


Pegamos um ônibus da cidade para Puerto Bandera a 45km, todos os barcos saem de lá pois e mais próximo dos Glaciares; o embarque era as 8:30 e zarpava as 9:00. Todos os barcos vão meio cheios, não ache que pelo barco ser maior será mais traquilo... pois não será, esta cheio de gringo e gente de mais idade, pois barco é a maneira mais fácil de ver os Glaciares de perto sem muito esforço. O roteiro incluía 3 Glaciares, o primeiro o Glacial Spegazzini, entramos pelo seu canal e quando nos aproximamos ele nos surpreendeu com sua beleza! Ele é o mais alto da região com 130m e desce da montanha como se fosse um rio congelado, muito bonito! Retornamos pelo canal em direção a segunda atração que é uma parada em um pequeno porto para caminhar até a Bahia de Onelli, a caminhada é fácil e chegamos a um lugar parecido a um vale com um lago no meio (acho que o lago foi formado por algum deslizamento de pedras no passado) dali de podem avista 3 Glaciais: Onelli, Bolado e Agassiz; eles são menos e meio que pendurados nas montanhas, mas a bahia é linda pois é cheia de icebergs de todos os tamanhos, parecem pedras de gelo num copo!! Até queríamos explorar um pouco mais e chegar mais perto dos Glaciais beirando a bahia, mas o tempo não permitia, todos votamos para o barco. Seguimos para a ultima atração do passeio, era o Upsala o maior da região a parede tem 13km de largura e durante o caminho entrado em seu canal vemos muitos icebergs, o barco vai desviando deles mas a cor azul de alguns é incrível, falam que ele já perdeu alguns kms de sua extensão com o desgelo, não chegamos muito perto dele, disseram que era por causa dos icebergs... mas ele ainda continua imponente! Após isso começamos o caminho de volta ao porto e a cidade, mesmo durante os tramos que o navio seguia par as atrações a paisagem era bonita, com as montanhas e os lagos de cor azul celeste!

 No dia seguinte decidimos ir ao Glacial Perito Moreno, afinal era a grande estrela da região e não poderíamos ir embora sem passar por lá. O acesso é muito fácil, não é necessário pagar nenhum tour, simplesmente compre uma passagem na rodoviária e o ônibus vai direto até a porta do parque, que por sinal já esta muito próximo da parede do Galcial, pagamos a entrada e já no inicio da caminhada temos uma vista superior do Perito Moreno impressionante, ele desce em direção ao morro onde estamos, quase que abraçando ele, existem épocas que ele fecha o canal entre as 2 lagoas durante o inverno e funciona como uma repressão, ai no verão inicia o desgelo e as águas do Brazo Rico começar a força sua passagem criando um túnel ou ponte (depende do ponto de vista) com o tempo essa ponte vai se enfraquecendo e acaba caindo, são as imagens que muita gente já pode ter visto em noticiários que a geleira esta ruindo... mas na verdade é um evento cíclico do Perito Moreno, bom deixando de lado explicações, a trilha é muito fácil e toda aberta, então sempre se consegue ver o glacial, ela termina em um mirante de onde de tem a vista mais próxima da parede. Ficamos lá admirando e passeando um pouco, existe também a opção de pagar um barco e chegar mais próximo ou até de andar sobre ele, mas nós decidimos não fazer. Como já não tinha muito mais o que fazer voltamos para almoçar na cidade e passear um pouco.
A cidade tem varias lojas com preços bom para lembranças, compramos algumas coisas e demos uma passeada antes de nos preparar para pega o vôo de volta no fim da tarde.

Retorno a São Paulo

Pegamos o Vôo das Aerolineas Argentinas até Buenos Aires e por sorte ele não foi nem alterado nem cancelado, tomem cuidado com a Aerolineas pois eles costumam deixar as pessoas na mão... fizemos conexão com a TAM direto em EZE e nem fomo para Buenos Aires... não estava nos planos! Chegamos em São Paulo de madrugada e de volta a realidade...


Dicas

Quando ir:
Sugiro sempre baixa temporada (eu sempre viajo em baixa temporada) mais vazio e melhores preços, para ir ao extremo sul tem que ser no verão, o clima é melhor, mais quente, tem mais horas de sol; fora que no inverno muita coisa fechada... passeios, restaurante e hotéis...

Como ir:
Existem algumas companhias aéreas que eu sei que voam para lá:
LAN  - www.LAN.com
Aerolineas Argentinas - http://www.aerolineas.com.ar
Existem outras empresas locais também é só usar os sistemas de busca
Para ônibus é fácil contratar localmente mesmo lá no sul se tem um roteiro com pouco tempo e bom verificar os horários antes, no Chile eu sempre uso o Turbus que é muito confortável www.turbus.cl

Onde ficar:
Nós ficamos em albergues e não tivemos dificuldades em encontrar lugar para ficar, caso você deseje ficar em hotéis acho que é melhor reservar, ainda mais se desejar ficar em um especifico
Ainda mais se você for em temporada alta ou feriados, a cidade pode estar lotada..
Mas nas rodoviárias sempre tem gente oferecendo lugares (nas cidades menores) e em El Calafate tem um centro de informações ótimo para pegar as dicas de passeios e hotéis

Dinheiro:
Para o Chile levei peso chilenos aqui do Brasil, existem algumas corretoras que vendem, por exemplo a Action que foi a que usei, ligue antes e reserve, pois normalmente eles não tem muita coisa
Leve dólares ou euros com você como garantia caso necessário
O cartão de credito é bem aceito nos passeios, restaurantes e albergues de El Calafate, Navimag e Puerto Montt;
Mas para pagar entradas aos parques, ônibus, comida e em especial Puerto Natales você vai precisar de dinheiro

O que levar:
- Mochila pequena (daypack) - O tempo muda muito rápido lá, então é bom estar preparado. Minha sugestão é sempre ter uma mochila pequena para levar água, snacks e roupa. Assim você nunca será pego desprevenido
Se esquentar você tira algumas peças de roupa e coloca na mochila, se esfriar coloca de volta...
- Levar roupas leves mais quentes, como lã e polar, o ideal é se vestir no estilo “cebola” (varias camadas) assim é só ir tirando para se ajustar a temperatura. Também lembre-se que irá carregar esse peso por toda a viagem, então é melhor viajar leve
- protetor solar, o sol na é muito forte mas você ficará muito tempo em lugares abertos
- Óculos escuros
- Capa de chuva
- Canivete
- Uma jaqueta corta vento com os zíperes para ventilação (se for a prova d’ água melhor)
- Botas confortáveis e impermeáveis, ficar com o pé molhado na trilha pode acabar com a viagem toda, bolhas na certa
- Meia Confortável e quente
- Remédio para enjôo caso faça o passeio de barco
- Luvas, gorro, boné, melhor se sejam de malha fina que não passe vento fácil
- Toalha (se for acampar ou ficar em albergue) agora tem umas de microfibra que são pequenas e secam rápido (na minha época não tinha L )
- Band-aid e remédios que você use

Segurança:
- Puerto Natales e El Calafate são muito seguros, já em Puerto Montt é melhor não bobear muito, mas mesmo assim é seguro
- No Aeroporto e rodoviárias os conselhos de sempre, não ostente coisas de valor e cuide das suas malas, carteiras e bolsas...

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